segunda-feira, 6 de dezembro de 2010
sábado, 4 de dezembro de 2010
Exposição Corpo Memória. UFRB - Amargosa, 2010
Corpo Memória: Um fluir criativo num suporte providencial.
Na ânsia de tirar proveito da parição, o ato criativo deixou vingar tudo que já estava nascido, daí para a multiplicação da obra foi uma questão de irradiação da sensibilidade diante das formas, das cores, das linhas, das texturas e dos traços que, unidos à poética contemporânea, permitiu que tudo pudesse acontecer.
E, num conjunto de obras tão presente, tão atual, o descaso não teve espaço nem para as últimas folhas rasgadas. Tudo está ai para contar a obra pintada, fotografada, digitalizada xilografada, impressa e transformada, sem desaprumar-se das linhas e das imagens. No êxtase criativo, o prazer maior era não somente pintar, mas também rasgar, recortar e colar papéis que deveriam ser descartados, fazer parte do lixo urbano, contribuindo para a poluição da natureza. E nesta compulsão criativa, abandonar a tela e eleger somente o papel como suporte, foi uma solução mais acertada para o momento, estando assim consciente que o trabalho ora desenvolvido, não somente tem um cunho econômico, mas também uma política em relação ao meio ambiente.
Miriam Belo
Miriam Bello
É uma artista com o pé Modernismo, tanto pela cor quanto pela composição. Sua obra brota de uma incrível amalgamação de papeis do lixo cotidiano, herança do papiêr collé,de Bráque, Picasso e Jean Arp. No entanto, há certo ineditismo na apresentação final que alcança o fazer contemporâneo, de tal forma que , muitas vezes, os elementos da composição invadem o espaço que seria reservado á escultura,tal como nos trabalhos do artista americano Roberto Rauchemberg.
Sua obra é de quem tem conhecimentos da Historia da Arte de nosso tempo.
Há um imenso desperdício de papel por todos os lados que vem interferindo no meio ambiente. No entanto, Mirian os recolhe sem nenhum preconceito, apropriando-se dessa matéria/pictórica, cortando, rasgando, aglomerando, colando, superpondo, tirando partido de todo jeito, surpreendentemente. Depois de jogar e brincar com esse rico material, criando obras que lembram as estampas de Gustav Klimt. No meio de suas coloridíssimas composições, que nos deixa sem fôlego, surgem figuras quase ingênuas, como as da arte africana, que parecem dialogar com “florestas” cromáticas em plena eternas primavera, cheia de flores sonhadas.
Graça Ramos¹
Primavera,
Salvador,06/10/2010
¹Doutora
Mestra em arte e educação Pensylvania State Iniversity –USA.1980
Professora Titular do Mestrado
Artista Plástica
Graça.ramos@terra.com.br-http://www.gracaramos.blogspot.comCorpoFluxoRefluxo, Galeria Ebec 2010
Exposição Galeria Ebec - Salvador, 2010
Exposição Galeria Ebec - Salvador, 2010
Artesanato de Sintra, Portugal 2010
Toledo, Espanha 2010
sábado, 27 de novembro de 2010
domingo, 17 de outubro de 2010
sábado, 5 de junho de 2010
Amarelo Manteigado
Uma fantasia e uma esperança estavam juntas na minha pergunta. Mesmo quando a resposta vinha acompanhada de ironia e desilusão, não me intimidava. Sabia que o tipo de resposta era um meio para que eu saísse da ilusão, acordar, sair sem cor nova (quero dizer, sem roupa nova) com cores firmes, pois as que eu possuía já estavam desbotadas. Decepção? Não! Apenas eu era sonhadora como toda criança quando está saindo da infância e entrando na pré-adolescência.
Sempre meu forte foi sonhar. Guardo comigo a lembrança da infância, a qual podiam me vestir muito bem. E quando isso não mais me acontecia, eu sonhava... Tudo que eu queria ter de volta era um tempo mais feliz, com cores firmes, mais cheio de listas, florais, babados, sianinhas vermelhas - de seda era melhor para não manchar - víeis azul, melindrosas, mais franzidos, menos franzidos, pregoados, bordados, aplicações em tons laranja sobre campo branco, somente isso, nada mais!
Ahh...também tem meus sapatos. Mesmo no dia-a-dia não gostava de usar tamancos, nem na chuva! Não sei por que naquela cidade tinham o habito de vender tamancos na feira? Todos iguais. “Rosto” de couro marrom e fechado, solado de madeira em tons claros. Achava-os feios e sem delicadeza para os meus pés, e o menos delicado era o som que emitia quando andava. Não me atraiam. Era o inicio da decadência se anunciando pelos pés.
Vivi um bom tempo desiludida com vestes descoloridas. Será que hoje sei o que vestir? Que ironia! Realização ou exagero? Será que a mãe natureza está de olho em mim? Consumo faz mal pro bolso e para o planeta. É bom de vez enquanto se dá um basta! Há épocas em que por algum motivo se vive a reflexão da escassez, atualmente vive-se o reflexo dos excessos.
Na vida nem tudo é azul, nem no céu, pois no por do sol seus tons laranja, rosas e até amanteigados fazem parte do momento. Contudo, no dia seguinte, quando o sol brilha a gente quer ver muita luz, anil e algodão espalhado lá em cima.