A emoção libertada.
Quanto tempo não escrevo no meu blog, apenas faço postagens de fotos com pequenos comentários.
As " escritas" do pincel junto as linhas, texturas, recortes e cores, é o que vem marcando presença no meu cotidiano. Derramo-as sobre o suporte, seja tela ou papel. Ora suaves e com equilíbrios, ora linhas agitadas pela compulsão criativa em acumulo efervescente do meu imaginário.
Determinação na composição me deixa "escrever" demais. O ato compulsivo/criativo me leva a movimentos gestuais que nem sempre são precisos, mas que nascem de uma necessidade de acelerar a criação, então crio uma obra, após a outra... em disparada! E neste estado sinto que muitas estão concluídas, e outras necessitam de mais emoção. Nas últimas registro-as como inacabadas. Agora quando serão terminadas? Podem levar horas, dias ou anos. Mas quando a obra sai do meu alcance, não tenho mais o que fazer, pois já estará acabada ao olhar do observador/ adquirente.
Matisse, em 1942, dava uma entrevista na radio, sobre sua arte, então lhe perguntaram: "Quando você considera uma obra pronta?" e Matisse respondeu: " Quando ela representa minha emoção de maneira muito precisa" . E também comentou a Marcel Sembat, que quando passava do concreto para o abstrato era de maneira instintiva "É que eu vou rumo a meu sentimento, rumo ao êxtase. Depois encontro a calma".
Isto é a emoção libertada. Isto é o artista.
MIRIAM BELO